Quem é o Pr. Maicon Galantini?

Natural de Volta Redonda/RJ, Pr. Maicon Galantini tem 34, é casado e tem duas filhas. Formado em Teologia, se dedica ao ministério há quase dez anos pastoreando várias igrejas. Atualmente é diretor dos Ministérios Jovem, Música e Universitários na Associação Rio Sul. Adventista desde criança, seu verso bíblico preferido é Jó 42:2 “Bem sei eu que tudo podes, e que nenhum dos teus propósitos pode ser impedido.”

Detalhes de Deus na vida

Lamentações 3:21-24 “²¹ Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança: ²² Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. ²³ Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade! ²⁴ Digo a mim mesmo: A minha porção é o Senhor; portanto, nele porei a minha esperança.” (Nova Versão Internacional)

Em meio à correria da minha semana, parei para respirar e buscar a presença de Deus. Cheguei exausto, talvez como você também chegou. Às vezes, parece que os dias fogem ao controle e tudo que preciso é de um momento de pausa para recarregar a alma. Foi nesse espírito que refleti sobre um texto que marcou minha vida: Lamentações 3:21-24.

Esse texto me tocou de maneira especial durante o tempo em que trabalhei no Hospital Adventista Silvestre. Quem diria que alguém que, na infância, tinha pavor de hospital — ao ponto de precisar ser segurado por enfermeiras só para limpar um ferimento —, acabaria visitando enfermarias, unidades de terapia intensiva e pacientes em sofrimento todos os dias? Foi ali que entendi o valor dos pequenos milagres de Deus.

Muitas vezes, assim como o povo de Israel, eu também me pego só enxergando os problemas, as tragédias e as consequências das minhas escolhas erradas. Mas, ao ler esse trecho das Lamentações, fui lembrado de um exercício essencial: “quero trazer à memória o que me pode dar esperança.” Em outras palavras, preciso parar e me lembrar das bênçãos — mesmo em meio ao caos.

Lembro-me de uma situação no hospital que me ensinou muito. Uma família chegou até mim, emocionada, dizendo que um milagre havia acontecido. Fui correndo até o quarto do paciente esperando uma cura espetacular, mas o “milagre” era que, após muitos dias, o paciente pôde sentir o alívio de umedecer os lábios com uma gaze molhada. No início, confesso que me frustrei. Mas depois, percebi o quanto me tornei insensível aos pequenos cuidados de Deus. Acordar, respirar, caminhar, comer — tudo isso são milagres que eu deixava passar despercebidos.

Jeremias escreveu que as misericórdias do Senhor se renovam a cada manhã. E isso é verdade na minha vida. Estou aqui agora, respirando, vivendo, porque Deus tem me sustentado. Não posso permitir que as aflições do mundo me façam esquecer disso. O Senhor nunca prometeu uma vida sem problemas, mas garantiu Sua presença constante, mesmo quando passo pelo vale da sombra da morte.

Então, nesta quarta-feira, parei para refletir. Sim, tenho pedidos, tenho lutas, tenho dores. Mas também tenho muitos motivos para agradecer. Deus não está indiferente ao meu sofrimento. Ele está agindo — nos detalhes, nos bastidores, nos gestos pequenos e constantes de amor.

Hoje, decido ser grato. Decido lembrar que as misericórdias do Senhor não têm fim. Elas se renovam para mim, todos os dias. E porque Ele tem cuidado de mim até aqui, confio que continuará cuidando — até o fim.